Fonte: Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos

LITERATURA BRASILEIRA

Textos literários em meio eletrônico

Soneto de José Basílio da Gama


Edição de referência:

Obras Poéticas de Basílio da Gama, org. de Ivan Teixeira.São Paulo: EDUSP, 1996.

XXIII

SONETO

NO DIA DOS FELICÍSSIMOS ANOS

DA AUGUSTÍSSIMA

SENHORA RAINHA MÃE D. MARIANA VITÓRIA

OBJETO DA SAUDADE PORTUGUESA

Íris do Tejo, cujas mãos divinas

Com prisões doces para sempre ataram

Os rompentes Leões, que ameaçaram

Co'a garra horrenda as Lusitanas Quinas.

Não fizeram as Gregas Heroínas

Tanto; nem de tais louros se adornaram,

Quando, solto o cabelo, se lançaram

Entre os Pais, e os Esposos, as Sabinas.

Vem alegrar, que é tempo, os nossos ares;

Onde, junto da plácida corrente,

Cobrimos de mil flores teus altares.

Como o Sol, que se esconde no Ocidente,

E vai ver outras Terras, e outros Mares,

Mas torna a consolar a aflita gente.

Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística