LITERATURA BRASILEIRA
Textos literários em meio eletrônico
Soneto de José Basílio da Gama
Edição de referência:
Obras Poéticas de Basílio da Gama, org. de Ivan Teixeira.São Paulo: EDUSP, 1996.
XIX
SONETO
AO GARÇÃO
Lisboa, três de Abril. Cheio de sarro,
Roto o vestido, hirsutos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos,
Envolto em homem gira um certo escarro.
Reger das Musas o soberbo carro
Quis, mas porém frustraram-se os desvelos,
Morde no chão, arranha-se de zelos
A frágil criaturinha que é de barro.
Do áureo coche as rédeas prateadas
Larga, atrevido! põe-te na traseira,
Segue de teus avós, segue as pisadas.
A Gazeta até aqui vai verdadeira,
Ficam quatro folhinhas reservadas,
Que prometo mandar-te na primeira.
Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística