Franklin Távora


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/34/Franklin_T%C3%A1vora.jpg

Information about the writer

Description

  • Advogado, político, funcionário público, romancista. Nasceu em Baturité, Ceará, em 13 de janeiro de 1842, e faleceu no Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 1888. Filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e Maria Sant’Ana da Silveira. Frequentou escola somente durante onze meses. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife em 1859 e bacharelou-se em 1863. Seu primeiro livro foi escrito quando tinha 19 anos: A Trindade Maldita, 1861. Formando, casou-se e, já não podendo contar com a ajuda do pai, que falecera, aceitou o cargo de revisor de provas no Jornal de Recife, como forma, ainda que paliativa, de enfrentar os novos encargos de chefe de família. Antes, porém, durante dois anos, estabeleceu-se em Porto Calvo (AL), onde tentou viver como advogado. Ao que parece, a tentativa não deu certo e ele acabou voltando para Pernambuco. Depois da penosa experiência no Jornal de Recife, onde ganhara quinhentos mil-reis por mês, foi nomeado diretor-geral da Instituição Primário de Pernambuco, cargo que exerceu por um ano. Conseguiu o elevado cargo graças à ingerência do conselheiro Francisco de Paula da Silveira Lobo, que tinha grande admiração pelo talento do jovem Távora. Deputado provincial (1868/69) em Pernambuco, situação que perdeu com a ascensão do Partido Conservador. Data desta época, o exercício do cargo de curador-geral dos Órfãos, que desempenhou durante apenas dois meses, uma vez que, por desinteligência que teve com o juiz Francisco de Carvalho S. Brandão, demitiu-se da função. Pouco depois, partiu para o Rio de Janeiro onde obteve emprego na Secretaria do Império, chegando a chefe de Gabinete. Como escreveu, foi autor de romances e contos, de caráter regionalista, cuja ação se desenrolava quase sempre no passado. O crítico Otto Maria Carpeaux classificou-o como realista e precursor imediato do naturalismo. Para ele, Franklin Távora é o sucessor imediato de Alencar e é contemporâneo de 1ª fase (a romântica) de Machado de Assis. Quanto a Alencar, a crítica de Franklin Távora é impiedosa. Sob o pseudônimo “Semprônio” criticou asperamente os romances Iracema e O Gaúcho. Segundo alguns, o que interessava a Távora “era o estudo e a história do povo; pó isso, rebuscou as narrativas e as lendas, consultou as crônicas e determinou-se a criar a literatura do norte, aproveitando as suas riquíssimas fontes de tradição, e convencido de que o homem do norte constituía um tipo característico distinto do sul”. Távora viveu e morreu pobre. No fim da vida tal era seu estado de penúria, que foi obrigado a vender parte de sua biblioteca. Pertenceu ao Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano à Sociedade de Geografia de Lisboa. Em agosto de 188, o IHGB elegeu-o correspondente, em 1882, passou-o a efetivo. Em 21 de dezembro de 1882, foi eleito Orador e, em 1886, 2º secretário. A Academia Brasileira de Letras escolheu-o um de seus patronos (o da cadeira nº 14), cujo 1º ocupante foi Clóvis Beviláqua. Publicou: A Trindade Maldita (contos), 1861. – Um Mistério de Família (drama) – Os Índios do Jaguaribe (romance histórico), 1866. – Um Casamento no Arrabalde (romance), 1866. – Três Lágrimas (drama), 1870. – Cartas de Semprônio a Cincinato, 1871. – O Cabeleira (história pernambucana), 1876 – O Matuto (crônica pernambucana), 1878. – Lourenço, 1881. – Lendas e Tradições do Norte, 1878. – Sacrifício (romance), 1879. Franklin Távora (João Franklin da Silveira Távora) foi o patrono da cadeira n. 14, por escolha do fundador Clóvis Beviláqua. Era filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e de Maria de Santana da Silveira. Fez os primeiros estudos em Fortaleza. Em 1884 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863. Lá viveu até 1874, tendo sido funcionário, deputado provincial e advogado, com breve intervalo, em 1873, no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde viveu como funcionário da Secretaria do Império. Foi jornalista ativo, redigindo A Consciência Livre (1869-1870) e A Verdade (1872-73). Iniciou a vida literária ainda estudante. No que se pode chamar a sua fase recifense, publicou os contos da Trindade maldita (1861); os romances Os índios do Jaguaribe (1862); A casa de palha (1866); Um casamento no arrabalde (1869); os dramas Um mistério de família (1862) e Três lágrimas (1870). No Rio de Janeiro, teve influência na vida literária, fundando e dirigindo, com Nicolau Midosi, a Revista Brasileira (2ª fase), de que saíram dez volumes de 1879 a 1881. Ao mesmo tempo, inicia uma fase de reconstituição do passado pernambucano, marcadamente regionalista, tanto na ficção quanto na investigação histórica. Fez cerrada campanha contra José de Alencar, por não concordar com o seu romantismo idealista. É tido como um dos precursores do Realismo, embora os seus romances ainda sejam grandiloquentes e românticos. No romance O sacrifício (1879), são evidentes as concepções naturalistas. Intérprete literário de um regionalismo que se vinha exprimindo ideologicamente desde o início do século, defendeu o que chamava uma literatura do Norte, em oposição a uma literatura do Sul, considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismo. Pseudônimos: Semprônio e Farisvest. Fundou a Associação dos Homens de Letras e foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Source(s) of data

  • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238
  • BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. 7 v.
  • Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Disponível em: https://www.ihgb.org.br
  • ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Site da Academia Brasileira de Letras. Disponível em: http://www.academia.org.br/.

Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Franklin_Távora

João Franklin da Silveira Távora (Baturité, 13 de janeiro de 1842 — Rio de Janeiro, 18 de agosto de 1888) foi um advogado, jornalista, político, romancista e teatrólogo brasileiro. Em 1844 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863. Lá viveu até 1874, tendo sido funcionário público, deputado provincial e advogado, com breve intervalo em 1873 no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi funcionário da Secretaria do Império. Iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é O Cabeleira, romance passado em Pernambuco do século XVIII. Foi um crítico ferrenho do paradigma literário de sua época, não deixando de poupar grandes autores brasileiros, como José de Alencar, com quem travou uma polêmica sob o pseudônimo de Semprônio. Foi de grande contribuição para a literatura brasileira, pois em suas obras abordava lendas e tradições populares, em oposição ao que denominava uma "literatura do sul", considerada cheia de estrangeirismos e antinacionalismos. Homenageado pela Academia Brasileira de Letras, é o patrono da cadeira 14, escolhido por Clóvis Beviláqua.

Created with Highcharts 11.1.0Works by yearAnnual production of the writer22111122111122224411221111111111111111Works186218641866186818701872187418761878188018821884188618881890189218941896189819001902190419061908191019121914191619181920192219241926192819301932193419361938194019421944194619481950195219541956195819601962196419661968197019721974012345
Created with Highcharts 11.1.0Literary genres of the authorRomance ou novela: 19.4 %Poemas: 9.0 %Crítica, teoria ou história literária: 14.9 %Biografia: 1.5 %Teatro: 13.4 %Outros: 1.5 %Memórias, diários: 1.5 %Contos: 6.0 %Crônicas, artigos de jornal, blogues: 3.0 %Literatura informativa e de viagens: 1.5 %Discurso, sermão ou oração: 6.0 %Ensaio, estudo, polêmica: 9.0 %Cartas: 3.0 %Gramática, linguística ou retórica: 1.5 %Periódico: 4.5 %Não identificado: 1.5 %Obra de humor: 1.5 %Epigrama, pensamento, provérbio: 1.5 %


Comments


Sem comentários. Para você comentar, faça o login!
This site uses Cookies for a better user experience. By continuing to browse to site, you agree to our Terms of Use and Privacy Policy.