Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Clemência_da_Silveira_Sampaio
Maria Clemência da Silveira Sampaio (Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Estreito, Rio Grande, 17 de dezembro de 1789 — 2 de fevereiro de 1862) foi uma escritora brasileira, pioneira da escrita poética no estado do Rio Grande do Sul. Era filha do cartógrafo rio-grandino Maurício Inácio da Silveira e da catarinense Mariana Joaquina Sam Payo. Sua vida é mal conhecida, mas foi elogiada por Auguste de Saint Hilaire como "uma espécie de fenômeno" pelo seu domínio do francês, alegadamente aprendido sem mestre, e seu inventário acusando a posse de 50 livros, uma quantia elevada para uma biblioteca privada na província de sua época, denota ser dona de significativa cultura. Não casou nem teve filhos, mas criou várias crianças.Deixou obra pequena, constituída de quatro poemas. O mais antigo são os Versos heroicos, declamados pela autora em Rio Grande numa festa comemorando a aclamação do imperador D. Pedro I em 12 de outubro de 1822, publicados pela Imprensa Nacional do Rio de Janeiro em 1823, fazendo de Maria Clemência a pioneira da poesia rio-grandense e a segunda mulher brasileira a publicar poesia. O tema principal do poema de 135 versos é a glorificação da Casa Imperial, mas a autora aproveita a oportunidade para manifestar reivindicações da província.Suas outras peças são o Elogio recitado no Teatro 7 de Setembro em 15 de outubro de 1845 e publicado no jornal A Voz da Verdade em 24 de outubro, com 82 versos, comemorando o fim da Revolução Farroupilha; Saudosa expressão da Pátria, um elogio fúnebre para o defunto D. Afonso Pedro, herdeiro da Casa Imperial, publicado em 17 de julho de 1847 no jornal O Rio-Grandense, e Um sítio de Porto Alegre, escrito em 25 outubro de 1853 e publicado em 19 de julho de 1857 na revista literária O Guayba, com 120 versos de poesia bucólica. É possível que seja a autora de outros dois elogios, um com 124 versos, publicado em 17 de setembro de 1832 no jornal O Noticiador de Rio Grande, comemorando o Dia da Independência, e outro com 76 versos, publicado em 14 de abril de 1834 n'O Noticiador, comemorando a abdicação de D. Pedro I.Seu obituário no jornal O Comercial de Rio Grande, em 8 de fevereiro de 1862, faz elogios à sua cultura e sua índole bondosa. Estimada em vida, foi citada por Joaquim Caetano da Silva em carta a Ferdinand Denis, pedindo-lhe que a incluísse na reedição de sua obra Resumé de l'Histoire Littéraire du Portugal suivi du Résumé de l'Histoire Littéraire du Brésil (1826), dizendo que "confinada em uma pequenina cidade como Rio Grande, ela soube apropriar-se do francês, do inglês, do italiano, de toda a literatura portuguesa e além disso de uma parte da Botânica. Alguns de seus versos foram impressos e eles o mereciam". Depois foi esquecida e por muito tempo a historiografia literária ignorou sua existência, sendo redescoberta por Domingos Carvalho da Silva em 1973.Diz Zahidé Muzart que "Maria Clemência demonstra inteligente e profunda visão de sua região. Aparece como conhecedora dos assuntos da indústria, do comércio, dos transportes e da lavoura. [...] Penso que Maria Clemência, para ter tido urna educação tão refinada, numa época em que o analfabetismo era a tônica no Rio Grande do Sul entre os homens — e o que pensar das mulheres? — pertencia seguramente a família de posses e, em seus versos, defendia seus interesses econômicos. Mas não se pode negar que sua poesia engajada lutava, à sua maneira, por um Rio Grande mais rico e mais respeitado pelo centro detentor do poder. [...] Por essa poesia, Maria Clemência se inclui nas nossas mulheres com atividade política ou melhor que escreveram com conotação política, que puseram a pena a serviço da ideologia. O seu projeto seria o mesmo dos homens de sua época, ou seja, criar política, econômica e socialmente o Rio Grande do Sul. No vazio cultural da época, publicar um livro era um ato de heroísmo". Segundo Maria Eunice Moreira, "em uma província distante dos centros culturais, pouco afeita à vida intelectual, em que as guerras e as contendas importavam mais do que as Letras, e na qual a educação feminina estava relegada ao aprendizado de alguns pontos de bordado e à memorização de singelos textos religiosos, o legado literário de Maria Clemência da Silveira Sampaio importa menos pela posição de precedência que ocupa na historiografia literária do Rio Grande, mas torna-se mais instigante pelo que revela (e pode revelar) sobre as condições de produção cultural num território em que até bem pouco tempo a voz masculina tinha um lugar de maior destaque". É patrona da cadeira 32 da Academia Rio-Grandina de Letras.
Title | Translated | Classification | Year |
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Beginning year | Ending year | Description |
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1822 | 1822 | Independência do Brasil |
1789 | 1799 | Revolução Francesa |
1792 | 1792 | Inconfidência Mineira: enforcamento de Tiradentes, em 21 de abril |
1852 | 1852 | Inauguraçao das primeiras linhas telegráficas do Brasil |
1861 | 1861 | Brasil e Inglaterra rompem relações diplomáticas |
1861 | 1861 | O Paraguai declara guerra ao Brasil - Solano Lopes invade o Mato Grosso |
1824 | 1824 | Política: D. Pedro I outorga a primeira Constituição brasileira |
1825 | 1825 | Portugal e Inglaterra reconhecem a independência do Brasil |
1808 | 1808 | Brasil Colônia: chegada da família real portuguesa ao Brasil |
1808 | 1808 | Economia: abertura dos portos brasileiros ao comércio livre |
1815 | 1815 | Brasil Colônia: o Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves |
1823 | 1823 | Conflito: Guerra da Independência na Bahia |
1835 | 1845 | Período Regencial: Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul |
1831 | 1831 | Abdicação de D. Pedro I |
1833 | 1833 | Criação da Companhia Dramática Nacional |
1840 | 1840 | Golpe da Maioridade de D. Pedro II |
1842 | 1842 | Revolução Liberal em São Paulo e Minas Gerais |
1848 | 1848 | Rebelião Praieira em Pernambuco |
1850 | 1850 | A Lei Eusébio de Queiroz extingue o tráfico negreiro |
1831 | 1840 | Período Regencial no Brasil |
1834 | 1834 | Cultura: criação do Teatro Nacional |
1838 | 1838 | Fundação do Instituto Histórico e Geográfico |
1854 | 1854 | Inauguração da primeira estrada de ferro do Brasil |
1831 | 1838 | Período Regencial: Revoltas populares no Período Regencial |
1808 | 1808 | Criação da Imprensa Régia no Brasil |
1855 | 1855 | Início da carreira literária de Machado de Assis |
1840 | 1889 | Segundo Reinado - D. Pedro II governa o Brasil |
1850 | 1870 | Apogeu do Império no Brasil |
1848 | 1848 | Publicação do Manifesto Comunista |
1857 | 1857 | Cultura: Flaubert publica Madame Bovary |
1859 | 1859 | Ciência: Darwin lança A Origem das Espécies |
1824 | 1824 | Confederação do Equador |
1826 | 1826 | Política: instalação da primeira Assembléia Geral Brasileira |
1834 | 1834 | D. Pedro I morre em Lisboa |
1834 | 1834 | Período Regencial: Revolta da Cabanagem, no Pará |
1837 | 1837 | Período Regencial: Revolta da Sabinada, na Bahia |
1838 | 1838 | Período Regencial: Revolta da Balaiada, no Maranhão |
1845 | 1845 | Morse inventa o telégrafo elétrico |
1850 | 1850 | Criação da província do Amazonas |
1825 | 1828 | Conflito: Guerra Cisplatina |
1851 | 1852 | Conflito: Guerra contra Rosas e Oribe |
1861 | 1865 | Guerra da Secessão nos Estados Unidos |
1807 | 1807 | Pressão francesa para ruptura da aliança entre Portugal e Inglaterra |
1807 | 1807 | Invasão de Portugal por tropas de Napoleão |
1808 | 1808 | Cultura: instalação da Biblioteca Real no Hospital da Ordem Terceira do Carmo, Rio de Janeiro |
1808 | 1808 | Fundação do Arquivo Nacional |
1811 | 1811 | Cultura: inauguração da Biblioteca Real no Rio de Janeiro |
1820 | 1820 | Revolução do Porto |
1821 | 1821 | Regresso de D. João VI a Portugal |
1821 | 1821 | Abolição da Inquisição portuguesa apesar da manutenção da censura |
1821 | 1821 | Regulamentação da liberdade de imprensa no Brasil |
1828 | 1828 | Criação do Supremo Tribunal |
1850 | 1850 | Inauguração da linha de vapores do Rio de Janeiro para a Europa |
1861 | 1861 | Rompimento de relações entre Brasil e Inglaterra (Questão Christie) |
1808 | 1808 | Economia: permissão da instalação de fábricas e manufaturas no Brasil (1 de abril) |
1810 | 1810 | Cultura: decreto de regulamentação do teatro no Brasil |
1814 | 1814 | Proibição da posse e leitura das Fábulas de Jean de La Fontaine, traduzidas por Francisco Manuel do Nascimento |
1817 | 1817 | Proibição da circulação em Portugal e seus domínios do jornal Correio Braziliense, de Hipólito José da Costa |
1818 | 1818 | Compra da biblioteca do arquiteto José da Costa e Silva pelo governo português e sua incorporação à Biblioteca Real (RJ) |
1821 | 1821 | Abertura, no Rio de Janeiro, da Tipografia de Moreira Garcez e da Nova Oficina Tipográfica, quebrando o monopólio da Impressão Régia no Brasil |
1825 | 1825 | Os governos de Buenos Aires e britânico firmam um tratado contra o tráfico de escravos |
1841 | 1841 | Os governos de Buenos Aires e britânico firmam um tratado contra o tráfico de escravos |
1841 | 1841 | El Salvador se constitui em república unitária e independente das outras repúblicas da América Central |
1843 | 1843 | Começa o estado de sítio de Montevidéu, com as tropas do Governo de Rosas |
1852 | 1852 | Conflito: Batalha de Monte Caseros (Argentina). General Urquiza derrota o presidente Rosas |
1794 | 1794 | A Convenção Francesa aprova a abolição da escravidão em suas colônias |
1789 | 1789 | Política: Ocorrem as primeiras eleições presidenciais nos Estados Unidos |
1816 | 1816 | Toda família Bonaparte é afastada da França por lei do governo francês |
1827 | 1827 | O Peru, que fazia parte da Colômbia, declara a sua independência |
1857 | 1857 | 08/03 - ataque incendiário da polícia causa morte de 129 operárias americanas, na fábrica Cotton, em Nova York. Na data, foi instituído o Dia Internacional da Mulher. |
1844 | 1844 | Segundo Reinado: D. Pedro II anistia os líderes da revolução de 1842 |
1500 | 1822 | Período Colonial no Brasil |
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